Vamos falar de um assunto de primeira com qualidade De Quinta: educação.
Mas pra abordar esse tema que nos renderá muitas quintas feiras, não vou começar pelo óbvio: falta de estrutura das escolas, falta de investimentos nas escolas públicas, o salário medíocre dos servidores da educação... Não. Culpar o Estado logo de cara pra quê? Peixe pequeno. Vamos hoje pular raiz e tronco... Vamos falar dos frutos, do objetivo de toda estrutura educacional. Vamos falar da qualidade dos alunos.
Pode parecer clichê, mas vou registrar: toda a estrutura da unidade de ensino não existe senão, para atender o corpo discente. Daí pensar que o primeiro interessado em manter a ordem e cobrar o bom funcionamento dessa estrutura é o aluno, certo??
Devia ser assim, mas não acontece...
Vemos muitos grupos levantando essa bandeira, porém - sem generalizar - o próprio alunado não se movimenta, ou se movimenta degradando suas próprias - poucas - conquistas. Então não adianta que a comunidade se levante, que os professores se especializem, que a escola ganhe uma estrutura de primeira, se os principais interessados, não tiverem interesse.
Uma escola de primeira não pode fazer nada pelo aluno de quinta. Mas uma escola de quinta pode ser transformada pelo aluno de primeira.
A cultura do aluno hoje é a que reclama de tudo. Comemora feriados, não estuda em casa, não gosta de ler, reclama se tem que escrever, não aceita ser corrigido, não tem respeito pelo ambiente de ensino. Fica fácil assim. A estrutura educacional precisa de mudanças sim, e começa pelo aluno. O aluno interessado sabe que seu futuro depende de professores melhores, e não de aulas vagas, de bibliotecas fartas, e não de jogos de tiro e guerra, que a leitura lhe abrirá portas não feriados que enganam com festas e limitam a visão. O aluno precisa saber que pode ir além se der valor as oportunidades que possui.
As comunidades devem começar a transformação na educação ensinando os alunos a saírem dessa condição de frutos, que aproveita-se os bons, descarta-se os ruins e segue plantando, e passem a condição de caule, de base, por que na minha humilde opinião, o que sustenta a escola, são os alunos, que dependem de boas raízes para dar frutos.
Só com essa consciência discente nosso empenho por melhorias valem a pena !
Até a próxima quinta!
@DiasJennifer
Devo dizer que concordo discordando de vc! Os alunos não dão a mínima pra escola, disso eu sei, todos sabemos! Na escola onde eu trabalho podemos considerar que 50% dos alunos vão pra escola pela merenda escolar, 75% vão pelo bolsa família, 99% vão porque é a escola o lugar onde elas buscam alguém capaz de ouvir aquilo que não é dito, de ver aquilo que não se pode concretizar diante dos olhos, ou seja, é mais que óbvio que eles não vão eleger uma comissão representante, marcar uma reunião com o Governador do Estado de São Paulo para expôr a ele quais as dificuldades pelas quais os adolescentes e crianças que vivem na comunidade estão passando! Esses alunos nascem sendo "calados", tudo que se ouve a respeito dos mesmos são as críticas, ninguém parou pra ouvir o grito de socorro que se esconde atrás dos gritos pelos corredores, gritos estes que soam quando não teve ao menos um ser humano pra olhar nos olhos deste 'aluno-problema' e dizer "- Bom dia. Boa tarde. Boa noite. Tudo certo?" "Eu ouvi que você tá chateado com fulano, o que aconteceu?" "E aí, sua mãe vai vir na reunião amanhã?". Eu concordo que o descaso deles com algo que interessa a eles me irrita profundamente mas como vou cobrar que eles valorizem algo que nós (funcionários, professores, pais, vizinhos, amigos, conhecidos, mídia) mesmos não temos dado valor algum? Enfim...
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